quinta-feira

Calada.

Enquanto todos conversam, riem, discutem, eu fico ali parada. Olhos atentos a todos os participantes, ouvidos alertas a conversa, completamente muda. Solto algumas risadas fracas, tímidas quando possível. Enquanto todos interagem, eu sofro alí. Meus pensamentos vagam e encontram meus problemas, meu passado, meu futuro incerto. A solidão tende a ser minha grande amiga, afinal, sempre nos encontramos. Eu gosto dela, não chega a me fazer mal, me dá espaço para meus pensamentos, minhas loucuras. Mas ela me afasta, afasta de futuros pretendentes, de futuras amizades, futuras companias. Talvez ela goste tanto da minha presença, que não quer me deixar mais. Quando se aproximam de mim, já sinto um nervoso estranho, as conversas são breves, pois sou direta e não puxo assunto. Me calo, e me escondo em mim mesma. Nunca encontrei ninguém que entendesse, que visse o que se passa. Grito por ajuda, mas ninguém escuta, a solidão fez questão de lacrar todas as saídas, o som não sai. Me escondo e por lá fico, sofrendo e sofrendo, choro a noite na compania da solidão, que me consola, e me prende em seu abraço frio. Eu não a quero mais, quero um alguém aqui comigo. Por favor, se lerem esta mensagem, saibam que é um pedido de socorro, a solidão me aprisionou.

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